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Eu, robô?

                                                         

      Dia desses, vi uma reportagem sobre tal “médico-robô”, aqui no Brasil, no hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Na realidade um auxiliar robótico chamado de “Da Vinci” equipamento com quatro “braços” pelo qual o cirurgião os comanda a partir de uma espécie de controle remoto e visualiza o local da operação numa tela de vídeo com imagens bem definidas e em 3D. Fiquei impressionado com essa tal cirurgia robótica, mais um grande avanço tecnológico. Já se projeta, num futuro próximo, a robótica sendo incluída nas residências assim como a tele-medicina. No entanto, comecei a pensar na substituição do ser humano, no aumento do desemprego, no que se perde e no que se ganha com tanta tecnologia.
     Com a chegada do “Da Vinci”, por exemplo, quatro auxiliares médicos partiram. Alguém ainda vê nos supermercados o embalador? Enquanto embalamos nossas compras mais uma profissão é extinta. O número de bancários vem aumentando ou diminuindo? Ao aceitar a “sugestão” de sairmos das filas e fazermos operações no caixa rápido, ou a praticidade de um “Internet Banking” ratificamos a justificativa da não necessidade de contratação. No “e-commerce”, apresenta-se, na tela do monitor do computador, inúmeros produtos e os detalhes de seu funcionamento e modo de usar e também se realizam financiamentos e transações comerciais apenas com o fornecimento do número do cartão de crédito, menos um vendedor? E quando essas mudanças não ocorrem, a problemática gira em torno das atualizações, treinamento e especializações de profissionais, além da acirrada competitividade.
      É bem verdade também, que ao passo que desaparecem profissões, novas profissões surgem. Entretanto, para quem surgem? Para os que são analfabetos e/ou “desatualizados”? Mais uma conseqüência: a exclusão social.
      Não quero “cuspir no prato que eu como”, não quero agora deixar de tomar coca-cola, ser um protecionista disfarçado, deixar de usufruir os “mp3,4,5…1000”, cair na vã hipocrisia de ser um “anti-globalizado”. Mas quero poder fazer alguma coisa, diminuir a distância e a desigualdade, ser uma voz não falante apenas de palavras, ter mais paciência com minha mãe e suas limitações com a informática, praticar cidadania, perceber as segundas intenções e combatê-las.
     Saber dizer não às “etiquetas” como estilo de vida, saber viver o não, ter orgulho das minhas opiniões diferentes, deixar, quando eu quiser, crescer naturalmente minha barba, ser apenas mais humano. Não, não dá para apenas ser controlado por opressores e neoliberais que só visam o lucro, a mão-de-obra barata, ou a extinção dela. Não, eu não sou um robô.
 

Jhônatas Cabral

 
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Publicado por em setembro 24, 2008 em Quartos

 

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