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Arquivo mensal: outubro 2008

Amor em silêncio

 

                                                                

Eu a vi.

Ela olhou pra mim,

E sorriu.

Eu fiquei olhando, relutei, mas olhei novamente.

Ela não olhou mais,

Seguiu.

Em minha mente não.

Ela olhou de novo, veio ao meu encontro.

Pois é como teria de ser.

Ela voltando, já que fui tantas vezes…

Anos sonhando, dez segundos de realidade.

Realidade que só podia ser sonhada, desejada.

Como pode dez segundos ser uma eternidade?

E como pode uma eternidade ter um fim?

E como, em meio a tudo isso,

Prevalece a paz de tão-somente vê-la sorrir?

Silencio… Quero viver o sonho, mas querer já não é poder…

Escrevo, pois já não se torna tão silêncio.

As palavras formam uma pausa desse amor

e contrario suas regras…

Contudo, fico quite com minha natureza amante e expressiva

Pela qual me torno mais forte, mesmo sendo fraco.

[E já divido espinhos com Paulo, o apóstolo].

Dez segundos,

Uma flor azul,

Um sorriso “monalisa”

E um seguir em frente.

Jhônatas Cabral

 
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Publicado por em outubro 30, 2008 em Poemas

 

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Não consegui resistir…

Mais um aforismo do Rubem:

“Convicções são entidades mais perigosas que os demônios”

 
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Publicado por em outubro 29, 2008 em Pensando pensamentos

 

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Ouvir seu timbre é sempre bom

O que me faria lamentar não ter assistido um programa da Rede Globo? – Rubem Alves no Programa do Jô! Logo me lembrei de olhar no Youtube, ufa! Que alívio! O Jô bem que poderia tê-lo “explorado” mais. Porém, mesmo se fosse um programa exclusivo, seria muito pouco…    

 
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Publicado por em outubro 29, 2008 em Quartos

 

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I still haven’t found what I’m looking for (U2)

Meu gosto pela “música do U2” surgiu pelo simples prazer de ouvir seus acordes, aquele som que me fazia sonhar… sem entender uma só palavra em inglês, meu pensamento era de que aquelas letras expressassem algo de bom não apenas em meus sonhos…

Essa música, uma das minhas preferidas, expressa o início da jornada espiritual da banda, a sinceridade que a graça de Deus nos permite cantar.

Uma Possível tradução:

Eu Ainda Não Encontrei O Que Estou Procurando (U2)


Eu já escalei as montanhas mais altas
Eu já corri através dos campos
Só para estar com você

Eu corri, eu rastejei
Eu escalei os muros da cidade
Estes muros da cidade
Só para estar com você

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

Eu beijei lábios de mel
Eu senti a cura na ponta dos dedos dela
Queimou como fogo
Esse desejo ardente

Eu falei com a língua dos anjos
Eu segurei a mão do demônio
Estava quente à noite
Eu estava frio como uma pedra..

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

Eu acredito na vinda do Reino
Então todas as cores
Irão filtrar-se em apenas uma
Mas sim, eu ainda estou correndo

Você quebrou os laços, soltou as correntes
Você carregou a cruz
E a minha vergonha
Você sabe que eu acredito nisso

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

 
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Publicado por em outubro 28, 2008 em Sobre música e sentimento

 

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Quando se faz de conta que não sabe

Escrevo mais um pensamento: o de imaginar certas pessoas que não são “nada” e ao mesmo tempo são tão únicas e especiais.

A anciã poetiza, o jardineiro espiritual, o coletor de lixo profeta… Acho que era isso que Fernando Pessoa, ou melhor, Bernardo Soares, o ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa, quis expressar:

 “Mas o contraste não me esmaga – liberta-me; e a ironia que há nele é sangue meu. O que devera humilhar-me é a minha bandeira, que desfraldo; e o riso que deveria rir de mim, é um clarim com que saúdo e gero uma alvorada em que disfarço. A glória noturna de ser grande não sendo nada! A majestade sombria de esplendor desconhecido… E sinto, de repente, o sublime do monge no ermo, do eremita no retiro, inteirado da substância de Cristo nas pedras e nas cavernas do afastamento.”  

É gratificante quando podemos responder várias perguntas complexas, místicas, psíquicas, filosóficas, teológicas… Ou seria pura besteira? Melhor mesmo é quando nos fazemos de tolos, abrimos mão do falar e só ouvimos, desenhamos na areia, vivemos os sonhos dos outros ou percebemos que diferença é soma.

Ao brincarmos com crianças, fazendo-lhes perguntas, ficamos satisfeitos com suas respostas. No mínimo, conquistam nossos sorrisos. Algumas gostam de inverter os papéis ou, do que chamam,  “brincar de professor”… O barato, é fazer de conta que não sabemos, é ser apenas um aprendiz.

Enfim, quando o poder de não exercer o poder for algo a se desejar, não precisaremos das glórias dos homens, tampouco do nosso orgulho; ansiaremos poucas coisas até. Tentaremos esquecer menos dos nomes daqueles que julgamos não serem tão importantes e nos aqueceremos mais do frio. Afinal, os ombros estarão bem mais próximos.

 

Jhônatas Cabral    

 
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Publicado por em outubro 17, 2008 em Quartos

 

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Do tipo de filme que ficamos em silêncio, ao final, olhando o “cast” passar.

 
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Publicado por em outubro 17, 2008 em Sobre filmes e reflexos

 

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“Porque Deus é Humor”

Pedabobos: Cérebros dos casais

Brincadeira do Muda

Fundo Vivo: Briga de casal

 

MINISTÉRIO COM HUMOR DO JOVENS DA VERDADE

 
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Publicado por em outubro 17, 2008 em Humor é tempero

 

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Revisão das notícias mais íntimas

Se me pedissem para dizer em poucas palavras a essência de tudo que estava tentando dizer, tanto como romancista quanto como pregador, seria algo assim: ouça sua vida. veja-a como o insondável mistério que ela é. Nos aborrecimentos e na dor, assim como na alegria e na felicidade. Toque, sinta, prove seu caminho para seu santo e oculto coração, porque, em última análise, todos os momentos são importantes, e a própria vida é graça.

(Frederick Buechner, extraído de Now and Then)

   

Na semana em que falei com Deus, todos os dias antes de dormir, Ele me respondeu…

É fascinante quando nos dispomos a revisar o que está abaixo da superfície e adentramos nas coisas comuns, na própria vida, nas lembranças, na casualidade dos encontros, no despertar, “nos galhos secos de uma árvore qualquer”. Enfim, naquele intervalo noturno entre o apagar das luzes e o sono, onde os pensamentos acordam e nos apresenta a pauta das pendências.

“A literatura trabalha com o comum. O incomum e o extraordinário pertencem ao jornalismo” disse James Joyce, um grande escritor e jornalista irlandês. Se assim o for, desejo produzir literatura mas não dispenso o paradoxo. Prosear com as pessoas, tomar um caldo de cana na praça, poder escrever e me autodescobrir. Acho que quando liberto meus pensamentos domesticados, nessa selva misteriosa, me encaixo no mundo natural, as coisas começam a fazer sentido.

Engraçado, sempre tento interpretar um gesto que meu pai faz ao caminhar pela areia das praias; virou certo tipo de ritual, algo meio que sagrado. Simplesmente ele fica cavando, retirando a areia com a alternância de seus pés ao passo que caminha olhando o mar com as mãos para trás, numa espécie de devoção (assim imagino), como se permitisse fazer parte da natureza, ou ela dele. Nunca o perguntei sobre a razão disso tudo, tão-somente gosto de observá-lo, construir deduções.

Revisar as nossas notícias íntimas é, de fato, um bem à saúde mesmo se encontrarmos as lágrimas no caminho, os nós nas gargantas, as justiças oprimidas. É pousar num pomar, numa variedade de sensações e ver a vida num grão de areia.  

 

Jhônatas Cabral

 
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Publicado por em outubro 10, 2008 em Pensando pensamentos, Quartos

 

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Quando a música não precisa parar

 

   Um rabi perguntou a seus alunos: “Quando é que dá, ao amanhecer, para distinguir a luz das trevas?” Um estudante respondeu: “Quando distingo um bode de um macaco”. “Não”, respondeu o rabi. Um outro disse: “Quando eu distingo uma palmeira de um figo”. “Não”, respondeu o rabi de novo. “Bem, então qual é a resposta?”, seus alunos o pressionaram. “É quando você se olha no rosto de cada homem e de cada mulher e se vê nele seu irmão e sua irmã”, disse o rabi.”Só então você viu a luz. Tudo o mais é treva”

 (um conto hassídico in War: A Call to Inner Peace).

 

Num conto, em um poema ou em qualquer arte, o mais importante nem sempre é o que seu criador quis expressar, mas aquilo que sentimos ou refletimos, desejamos ou repudiamos. Aquela janela que se abre – o despertar de nossas perguntas.

Um olhar que retribui aquilo que doamos a alguém nos deixa sem palavras, carentes de mais uma oportunidade de ser útil. A maioria das teorias são incompletas, precisa daquilo que temos a adicionar. E  se nossa taça estiver cheia, transbordando, carecemos de encher outras taças. Mas se nossas taças estiverem vazias, o milagre pode acontecer.

Leonardo Boff certa vez disse que o maior de todos os milagres de Jesus foi a transformação da água em vinho, pois Ele não deixou que a festa acabasse.

O vinho que faltou simbolizava não apenas a vergonha de um pai diante de seus convidados e do sorriso de sua filha noiva, mas também o fim do sonho, o fim da festa. Porém, Jesus, o amigo da festa, o amigo dos sonhos, estava ali. Ele mandou encher as talhas de água e logo o melhor vinho, o mais raro que alguém já provara foi servido. A música não precisou parar.

Feliz é aquele que pode distinguir a luz das trevas, que não deixa de olhar nos olhos uns dos outros e de encher suas taças, principalmente, quando estiverem vazias. Feliz daquele que, de repente, adentra nas casas vazias de afeto e vida e abre as janelas e nos mostra o céu estrelado, uma lua não mais rancorosa.

 

Jhônatas Cabral

 
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Publicado por em outubro 3, 2008 em Espiritualidade

 

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“Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.”

(A. Caeiro) F. Pessoa

 
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Publicado por em outubro 3, 2008 em Poemas

 

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